(Foto: Arquivo Pessoal)
Rodrigo Agostinho é uma verdadeira personalidade em Bauru. Em 2008, foi eleito prefeito da cidade, tendo apenas 30 anos. A pouca idade não foi empecilho para que mostrasse sua capacidade, o que culminou em sua reeleição, em 2012, com 82% dos votos computados. Rodrigo entra, agora, no último ano de seu segundo mandato. Cheio de expectativas e vontade de fazer acontecer, o prefeito fala, em entrevista, sobre as dificuldades do país, as conquistas de 2015 e o que ainda podemos esperar para 2016. Confira!
Seu governo sempre foi muito aberto para os movimentos sociais e os sindicatos, sempre com intensa participação popular. Qual a importância desses movimentos organizados para a administração pública?
O espírito do grupo político que ajudou a organizar a minha eleição para a prefeitura sempre foi de envolver a comunidade, de fazer um governo participativo. Então, desde o começo, nós implantamos o orçamento participativo, onde todos os anos nós escutamos a população nos bairros para definir as prioridades. A gente fez um esforço muito grande para fortalecer os conselhos municipais que já existem e criar onde não tinha. Foram criados conselhos como o Conselho da Transparência, Conselho dos Direitos Humanos, conselhos que envolvem de maneira mais intensa a população. A gente acredita muito que quando a população participa, os processos são mais transparentes, são mais abertos e acabam tendo um pouco mais de legitimidade, porque é a própria população definindo as suas prioridades. Então a gente tem, de maneira muito aberta, diálogo com todos os setores, tanto eu pessoalmente quanto o meu secretariado.
O senhor acredita, então, que essa participação da população acaba dividindo as decisões?
O que acontece é algo um pouco mais amplo. Eu decido realizar uma obra, por exemplo, num bairro chamado Vila Dutra. Quem conhece o bairro é a Associação de Moradores. Quem sabe o que é mais importante para o bairro é a Associação de Moradores. É diferente eu, prefeito, aqui dentro da minha sala, querendo definir uma prioridade pra um bairro que eu não vivo, que eu não respiro, enfim… Então, a possibilidade de a gente ter esse diálogo mais franco com cada uma das associações de bairro, com cada um dos sindicatos, entidades de classe, clubes de amigos, tudo o que existe vivo na cidade, isso facilita muito a rotina e o dia a dia.
Na esfera federal, quais os desafios políticos e econômicos de Bauru para superar esse momento de turbulência que o país tem enfrentado?
A arrecadação caiu muito, então a prefeitura teve que cortar muitas obras que iriam ser feitas em todos os setores. A crise atinge a todos, nós já sentimos um aumento da demanda das pessoas que são atendidas pela nossa rede de proteção social. Os projetos sociais estão atendendo um número maior de pessoas, até mesmo os projetos de um auxílio mais próximo, como distribuição de cestas básicas, de alimentos e o próprio Bom Prato, que aumentou a demanda. Nós sentimos que houve um aumento das pessoas que estão em situação de pobreza e temos uma série de dificuldades sendo impostas à população. A prefeitura precisa estar atenta a tudo isso.
Como você vê o último ano do seu mandato? Quais as dificuldades, as obras que ainda não foram finalizadas e o que o senhor ainda gostaria de fazer pela cidade?
O ano de 2016 é um ano de fechamento de um ciclo. Para mim, é o último ano do meu segundo mandato. Nós estaremos com a obra do PAC, da pavimentação, que é uma obra que conseguimos com recurso do Governo Federal. Serão 700 quadras de asfalto agora nesse último ano, para o Jardim Tangarás e o Parque Santa Cândida já foram contratados e temos outros dez bairros sendo contratados agora. Estamos também com a maior obra de saneamento do interior, que é uma obra escondida porque fica na divisa com Pederneiras. Temos mais algumas obras pela cidade que vamos inaugurar ainda. Tem bastante coisa bacana para acontecer e a minha prioridade agora é terminar o meu governo da melhor maneira possível.
Há um prospecto de crescimento para 2016? O senhor tem alguma carta na manga para começar o ano com o pé direito?
Esse ano, tanto o Governo Estadual quanto o Federal estão atrasando o pagamento de diversas obras. Grande parte das obras que estão em andamento na cidade são obras que eu conquistei com recursos do Governo Federal. Fomos atrás, fizemos os projetos, eu fui pra Brasília. Então, é claro que existem riscos, mas nós vamos trabalhar para viabilizar tudo isso. A crise está aí e nós vamos ter que aprender a conviver com ela. O Brasil já passou por outras crises, talvez ainda maiores do que essa. Nós estamos articulando muito com o Governo do Estado e o Governo Federal para conseguir recursos e, aqui dentro da prefeitura, o que eu cortei foram algumas obras, alguns investimentos e despesas com pessoal. Não é um processo muito fácil, a cidade inteira está passando por isso, é muito desgastante, mas vamos trabalhar, vamos fazer gestão e a cidade não pode ficar parada. Tudo o que pudermos trazer de bom pra Bauru, com certeza repercutirá em todos os setores.
Texto: Mayara Castro/Jornalista na Netshare Marketing Criativo