As negociações coletivas deste ano foram – e ainda estão sendo – muito complicadas, com os patrões “colocando a crise na mesa” para justificar índices de reajuste miseráveis que não recuperam minimamente a perda do poder aquisitivo dos salários dos trabalhadores do último ano. É muito difícil contrapor esta justificativa patronal de que o reajuste elevado gerará desemprego, porém, mais difícil ainda é aceitar propostas ridículas da classe empresarial, sem qualquer garantia de emprego. Se o patronal quer falar em garantir emprego, então falaremos em estabilidade aos trabalhadores, mas aí ninguém quer! A verdade é que a crise “nunca saiu da mesa” de negociações, mesmo nos melhores momentos da economia. A fala empresarial é sempre a mesma: Estamos em crise, então, precisamos garantir emprego! E a nossa indagação é: Crise só para reduzir salários e retirar direitos? Estamos fora! Lutamos, resistimos e estamos conquistando a reposição da inflação nos salários, com a manutenção de todos os direitos e garantias já previstos nas normas coletivas. E até avanços estão sendo conquistados, como o vale refeição na licença maternidade das categorias de Assessoramento e Contabilidade, reivindicação antiga e que valoriza a mulher trabalhadora. Algumas categorias ainda estão em negociação, mas a expectativa é em breve renovar todas as normas coletivas.
Lázaro Eugênio
Presidente do SEAAC