Chuvas intensas como as que assolam o Rio Grande do Sul são eventos extremos, mas com tendência de serem mais frequentes em todo o mundo. A fala é do pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e co-presidente do Painel Científico para a Amazônia, Carlos Nobre.
“Todo mundo precisa abrir o olho. No mundo inteiro, esses fenômenos extremos estão acontecendo. Em 2021 tivemos recorde de chuvas em uma parte da Europa, e morreram mais de 100 pessoas. Em 2022, houve recorde de chuva no Grande Recife e, em duas horas, em Petrópolis. No ano passado, em fevereiro, tivemos o maior volume de chuva da história do Brasil com 600 milímetros (mm) em 24 horas no litoral norte de São Paulo, na cidade de São Sebastião”, disse o climatologista à Agência Brasil.
Segundo ele, o Instituto Climático Copernicus também mostrou que foram os anos mais quentes em 125 mil anos.
COMBATE AO NEGACIONISMO
E tudo indica que o revezamento dos dois tipos de fenômenos, seca extrema e chuva intensa vai continuar. O que exigem ações urgentes para o combate ao negacionismo e para a conscientização da população de que aquilo que estava previsto para as próximas décadas já está ocorrendo. E assim, buscar que todos se adaptem às mudanças climáticas e evitem ao máximo o desmatamento.
“Agora, estamos entrando em uma emergência climática. As populações têm que responder ao que foi na covid. Não tem mais volta. Não vamos mais baixar a temperatura. Com muito esforço global, poderemos, quem sabe, baixar a temperatura no século 22. A conta já está dada”, apontou.
“Temos mais de 3 milhões de brasileiros vivendo em áreas de altíssimo risco. Grande parte é pobre, então tem que haver investimento público”, concluiu.
O Seaac se solidariza com as famílias do RS e reforça o alerta sobre a necessidade de conscientização de todos sobre as mudanças climáticas no mundo!
Fonte: com Agência Brasil