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Nem sempre reforma é sinônimo de melhoria

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Muitas vezes somos cegados pelo ódio, pelo amor, pela vaidade, pelo egoísmo, e o final quase sempre é danoso. As reformas que o Governo Temer vem propondo e conseguindo impor, certamente, trarão prejuízos a toda sociedade, através de um Congresso falido e de maioria corrupta. O problema é que estamos cegos, sem conseguir reagir à altura das ilicitudes dessas reformas, principalmente, pela divisão que se instalou no país após as últimas eleições, e é justamente essa divisão que tem sido usada em desfavor da classe trabalhadora, que somente sentirá as perdas da reforma da previdência, da reforma trabalhista e da terceirização irrestrita quando for tarde demais.

Nem sempre somos esclarecidos daquilo que os governantes desejam quando criam leis, mas a avalanche causada pela delação premiada da maior empresa privada do país, a Odebrecht, expõe a real motivação do Governo, até mesmo quando edita medidas provisórias, ou seja, sempre há um interesse escuso ou prejudicial à população. E é preciso saber, minimamente, quais os interesses dessa pressa do Senhor Michel Temer em aprovar a reforma da previdência, que não é apenas para reduzir o déficit, mas também tornar a aposentadoria um negócio melhor ainda para os bancos, donos da previdência privada, muito mais cara e menos vantajosa para o trabalhador e para o pobre, que poderão ficar sem a aposentadoria do INSS.

reforma-previdencia
Charge: Reprodução/Blog do Gilmar

E por que a reforma trabalhista exige tanto esforço do governo para aprovar o tal negociado sobre o legislado? Você sabia que a CLT já permite que o negociado entre as partes valha mais do que aquilo que está na Lei? Sim, é verdade, desde que o negociado seja melhor do que a lei, pior nunca. Mas para o governo, com o desmonte dos sindicatos, que sem custeio financeiro podem até fechar as portas, ficará muito mais fácil para o patrão impor condições de trabalho piores do que a lei já garante. E a terceirização irrestrita, você sabe por que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, “ressuscitou” um projeto de lei de 1998 e o fez ser aprovado em regime de urgência? Porque é uma excelente maneira de aumentar o lucro das empresas, reduzindo a remuneração dos trabalhadores, porquanto, permite que as empresas contratem sem registro em carteira, o que significa: sem férias, sem 13° salário, sem FGTS, sem horas extras, sem aviso prévio, sem direitos.

O que está por trás das reformas é mais importante do que elas em si mesmas, porque evidencia o atendimento aos interesses de determinadas classes, e nenhuma delas atende os interesses da classe trabalhadora.

À luta, companheiros!

 

Lázaro Eugênio
Presidente do SEAAC

Foto: Divulgação

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