(Foto: Reprodução Internet)
O Brasil começa a – e precisa – se reencontrar após um ano de ajustes e crise política intensa, promovida por quem não tem interesse no povo trabalhador desse país e por aqueles que pregam “o quanto pior, melhor”. Esse reencontro teve início com o aumento do salário mínimo em 11,67%, passando de R$ 788,00 para R$ 880,00 mensais que, além de recompor as perdas inflacionárias, gera renda e riqueza para o país, injetando mais de 57 bilhões de reais no mercado consumidor. E por que isso é importante? Na verdade, a grosso modo, o mundo gira em torno do consumo. As economias não se sustentam e nem se fortalecem se não houver condições de comercialização daquilo que é produzido e as coisas somente são produzidas na medida da necessidade e, mais ainda, da possibilidade das pessoas. O Governo deve restabelecer as medidas de incentivo à produção, ainda que sem o incentivo financeiro, como juros subsidiados, de maneira que promova a
manutenção do emprego. Sem emprego não temos renda e, por óbvio, não haverá consumo. A taxa básica de juros, a tal Selic, não pode continuar no patamar abusivo que se encontra, devendo ser reduzida imediatamente, possibilitando a redução de custo do crédito aos trabalhadores e empresários. De outro lado, o país realmente precisa ajustar suas despesas às receitas públicas sem, contudo, aumentar o desemprego e frear o crescimento da indústria nacional. Nem mesmo podemos permitir que esse ajuste tenha por base o direito de acesso à previdência social, extremamente necessário para a classe trabalhadora de baixa renda, que começa a trabalhar muito mais cedo do que a maioria de outros profissionais, exercendo atividades mais desgastantes física e psicologicamente, e que gera menor tempo de “vida-útil” produtiva, além da baixa escolaridade desses trabalhadores, o que muitas vezes impede o crescimento profissional. Medidas de incentivo à produção devem ser vistas como necessárias ao crescimento do país, que está em desenvolvimento e que precisa de fontes de recurso financeiro, tecnológico e humano para avançar na redução da pobreza e no desenvolvimento social.
Lázaro Eugênio
Presidente do SEAAC
(Foto: Guylherme Bortolazo/Netshare Marketing Criativo)