Aos poucos, bem devagar diga-se de passagem, a mulher foi mudando o seu status no mundo, seja na família, no trabalho, no esporte, em tudo que os homens sempre dominaram. Temos mulheres “chefes” de família, executivas de grandes empresas, celebridades no esporte, dirigindo e atuando como protagonistas na TV e no Cinema. Mesmo assim, quando alçadas a cargos de liderança, segundo o IBGE, recebem em torno de 30% menos do que os homens em cargos semelhantes. No UFC, um dos esportes que mais paga, as lutadoras recebem em torno de um terço do que é pago aos homens. Recentemente, Meryl Streep – uma das atrizes mais bem-sucedidas de Hollywood, ganhadora três Oscar e de 19 indicações ao prêmio –, disse que até o seu salário é menor do que o de colegas homens. Isso sem considerar que em várias partes do mundo a mulher ainda é obrigada a ser casar com quem o pai impuser, ainda é “vendida ou trocada” pela própria família, tratada como objeto. Para mudar esse cenário no Brasil e no mundo, é preciso investir em políticas públicas que retirem as famílias da condição de miséria que ainda vivem, possibilitando principalmente maior acesso à educação e à cultura. Além disso, criar e impor punições rigorosas às empresas que discriminam pessoas em razão do gênero e aos pais que permitem a mutilação física ou psicológica de suas filhas, a exemplo da Inglaterra, onde os pais podem ser punidos com até 7 anos de prisão quando obrigarem suas jovens filhas a se casarem com maridos “arranjados”. A permissão da sociedade para tais atos ainda é uma das maiores travas à igualdade total entre homens e mulheres!
Lázaro Eugênio
Presidente do SEAAC
(Foto: Guylherme Bortolazo/Netshare Marketing Criativo)